A Procura da Mente
Behaviorismo
Corrente de pensamento que defende o estudo de comportamentos observáveis como constituindo a base para a investigação e estudo em psicologia, em vez dos chamados processos mentais não acessíveis à observação exterior.
Castigo
Qualquer estímulo desagradável que surge em consequência de um comportamento e que diminui a sua ocorrência.
Cognição
Termo que designa os atos, processos e mecanismos envolvidos no processo de conhecimento, assim como o resultado da conjugação desses elementos. Adquirimos, tratamos e processamos informações, daí resultando conhecimentos que nos ajudam a resolver os problemas que a adaptação ao meio exige.
Comportamento
É qualquer ato efetuado pelo organismo e que possa ser observado e registado. Ex.: sorrir, falar, andar.
Sempre que estamos insatisfeitos, sentimos tensão, esta tensão leva à ação, visando um objetivo, quando o objetivo é satisfeito, a tensão diminui e alcançamos a homeostasia. O mundo nem sempre corresponde àquilo que desejamos, por isto é necessário o ajustamento. O comportamento vai se ajustando, assim, às demandas sociais. Além dos determinantes genéticos e sociais, há experiências particulares. Da combinação destes três fatores resulta a personalidade.
Condicionamento
Processo de aprendizagem que consiste em associar um estímulo condicionado a um estímulo natural, de tal modo que o sujeito responde ao estímulo condicionado da mesma forma que responde ao estímulo natural.
Conflito
Estado psíquico originado pela tensão entre duas tendências percebidas como antagónicas por uma pessoa.
Conhecimento
Representação interna da realidade. Implica uma pessoa, sujeito que conhece, e um objeto, que é conhecido.
Consciente - É a parte mais pequena da mente humana, a qual é constituída por raciocínios, perceções, pensamentos. É um órgão de perceção para as impressões que nos absorvem num dado momento e tem a capacidade de distinguir processos do mundo externo e do interno. É possível aceder ao consciente através da introspeção. Forma-se durante o primeiro ano de vida.
I nconsciente
É formado por instintos, pulsões e desejos socialmente inaceitáveis, mas que a todo o momento exercem pressão para se manifestar. O inconsciente é a base do consciente, estando nele depositado todos os motivos e impulsos biológicos, garantia de sobrevivência individual e da espécie. O conjunto de pulsões e desejos inconscientes possuem um dinamismo próprio, cujo papel na determinação do comportamento é superior ao dos fenómenos conscientes. Esta é a grande “novidade” de Freud, o inconsciente como o aspeto mais significativo, considerando nele residir a explicação da mente e das condutas humanas, a consciência é destronada pelo inconsciente que vai conduzir uma inédita do “eu” ou da personalidade. Existe desde o nascimento.
Continuidade
As nossas características físicas e psicológicas evoluem por um processo de crescimento semelhante ao que ocorre com a estatura e o peso (alterações graduais). De uma fase da vida para a outra, os carateres permanecem os mesmos, variando apenas em complexidade e grau ou quantidade. Ex.: a evolução do pensamento de uma criança até à adolescência e daqui até à idade adulta resulta dum somatório de experiências, atualização dos potenciais genéticos. O sujeito é passivo, limitando-se a seguir o curso dos fatores que do interior ou do exterior o determinam.
Descontinuidade
As correntes que defendem a descontinuidade são de opinião de que as modificações ocorridas ao longo da vida correspondem a processos de transformação qualitativa que dá origem a estádios de desenvolvimento de natureza diferente que se vão construindo ao longo da vida. O desenvolvimento descrito pelos psicólogos descontinuistas implica a conceção de um sujeito ativo que intervém no desenvolvimento das suas próprias estruturas.
Estabilidade
Há todo um conjunto de traços, reações, expressões e modos de falar que se mantêm os mesmos e que nos permitem identificar a pessoa como sendo quem é e prever os comportamentos que dela são únicos. No fundo, cada pessoa permanece idêntica a si própria o que permite reconhecê-la nas mais diversas circunstâncias. Para lá do que nos aparece de diferente em cada pessoa, existe uma individualidade específica e regular de um eu que apresenta uma certa permanência, uma certa constância no decurso do seu desenvolvimento.
Externo
Falar de fatores externos é admitir a possibilidade de os estímulos do meio agirem sobre o individuo, determinando, assim, a sua essência. Falar do polo externo é fazer referência ao meio ambiente, ou seja, ao conjunto de fatores circunstanciais que fazem com que o individuo seja aquilo que é e se comporte do modo como o faz.
Interno - Quando falamos de fatores internos, estamos a referir-nos a traços transmitidos pelos genes, sejam eles de natureza anatómica, fisiológica ou psicológica. Interno refere-se ao individuo, com o que radica na sua hereditariedade, por exemplo, a estatura, o funcionamento dos órgãos internos, o sistema nervoso e hormonal, a capacidade de se emocionar ou o nível das competências cognitivas que utiliza na resolução de problemas.
Identidade
Conjunto de atributos que conferem um caráter único a um ser.
Identidade pessoal
Modo singular de ser reconhecido pelos outros, resultante da interação com as experiências por que passamos ao longo da vida.
Inatismo - Perspetiva segundo a qual o comportamento é determinado por fatores hereditários.
Inato
Fator do património genético da pessoa, e que não necessita de ser aprendido.
Individual
O individual centra-se na consciência, no inconsciente, no desenvolvimento e no comportamento, encaram seres humanos na sua individualidade e procuram explicar os seus mecanismos psicológicos sem qualquer referência ao meio social em que cada um está integrado.
Integração
Significa o estabelecer de formas comuns de vida, de aprendizagem e de trabalho entre pessoas deficientes e não-deficientes. Integração significa ser participante, ser considerado, fazer parte de, ser levado a sério e ser encorajado. A Integração requer a promoção das qualidades próprias do indivíduo, sem estigmatização e sem segregação. Realizar pedagogicamente a integração significa, seja no jardim-de-infância, na escola ou no trabalho, que todas as crianças e adultos (deficientes ou não) brinquem / aprendam / trabalhem de acordo com o seu próprio nível de desenvolvimento em cooperação com os outros.
Interpretação
Operação de atribuição de significados a um objeto, a um comportamento ou a uma situação, de caráter subjetivo ou intersubjetivo.
Imagem mental
Estrutrura psíquica que se assemelha ao objeto ou acontecimento que está a ser representado.
Imaginação
Capacidade de criação de realidades possíveis, sendo condição fundamental da vida mental. Descobre, explora e cria explicações e sentidos.
Linguagem
Comportamento especificamente humano que manifesta uma intenção comunicativa com signos vocais e escritos organizados em sistemas chamados línguas, e que pressupõe a existência de uma função simbólica, de um aparelho fonador e de centros nervosos especializados.
Mente
Estrutura organizativa de processos psíquicos. Entidade que nos permite pensar, sentir e agir com finalidades, intenções, com uma natureza autorreflexiva.
Modelagem
Segundo Bandura, processo de aprendizagem social feita por imitação de comportamentos ou costumes observados em pessoas significativas.
Mudança
A mudança é uma realidade. Sabemos que ser criança não é o mesmo que ser adolescente. Ao longo da vida passamos por alterações que determinam etapas qualitativamente diferentes no percurso que efetuamos. As mudanças cognitivas por que somos obrigados a passar, e que fazem com que cada etapa percorrida no nosso desenvolvimento se caracterize por formas de pensar, sentir e agir diferentes das que caracterizam as outras etapas. Também mudamos porque as circunstâncias da vida nos obrigam a mudar. Ninguém nasce predestinado a ser uma estrutura rígida, mantendo-se invariável ao longo do tempo. Somos uma estrutura dotada de elasticidade. Mesmo depois de construída a nossa identidade, não significa que se fique com uma personalidade rígida, pois o individuo continua a ter de reorganizar em cada momento os elementos integrantes da sua personalidade, ajustando-os às diversas circunstâncias do meio.
Necessidades
Impulsos inatos que nos movem na eliminação das carências básicas relacionadas com a sobrevivência.
Representação
Estrutura cognitiva que reflete, no sistema mental, uma parte do universo exterior a esse sistema; ação de tomar o lugar ou de simbolizar alguma coisa. Os processos psicológicos não são o espelho do mundo externo, mas uma representação dele.
Situação
Conjunto de elementos do meio considerados durante um determinado período de tempo.
Social
Com o aparecimento da psicologia social, desenvolve-se a convicção de que o individual puro não existe, na medida em que todos os indivíduos são seres sociais. Se somos humanos, somos seres sociais. O individuo emerge de contextos sociais, culturais e históricos que o ajudam a ser aquilo que é e a ver o mundo da maneira como o vê. Para se compreender, o ser humano tem de ser perspetivado no contexto social de onde retira a sua identidade, as suas representações, o seu modo de se exprimir, ver, pensar e reagir a situações e acontecimentos. Quando se fala da individualidade do ser humano, está subjacente a ideia de que cada pessoa se desenvolve pela intervenção das coletividades sociais que lhe moldaram a sua essência e que, por isso mesmo, estão presentes em tudo aquilo que ele faz.