A Cultura e as Relações Interpessoais
A cultura é a totalidade dos conhecimentos, das crenças, das artes, dos valores, das leis, dos costumes e de todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo Homem enquanto membro da sociedade. Todos estes elementos se encontram organizados no todo cultural, isto é, mudam e influenciam-se mutuamente. Assim, os elementos simbólicos, como as crenças, os valores e as normas materializam-se nas múltiplas produções culturais, nomeadamente em peças de roupa, em instrumentos e em matérias-primas utilizadas.
Ao longo da vida, a cultura traduz-se em múltiplas consequências na forma como cada um pensa, sente e se comporta. Mas nem tudo o que somos resulta da influência da cultura, pois, para além de sermos produtos da cultura, também somos produtores de cultura uma vez que cada geração dá a uma cultura o seu contributo, ao encontrar novas normas e valores, ao inventar novas formas de relacionamento ou de realização. Assim, cada geração herda a cultura, trabalha-a, acrescentando, desta forma, as suas contribuições.
Esta varia no tempo e no espaço, varia com as épocas e momentos históricos, assim como varia de lugar para lugar, pelo que não há nunca uma única cultura, mas múltiplas culturas. As diferentes culturas refletem as diferentes maneiras como as diversas comunidades organizaram e integraram os acontecimentos da sua Historia, as suas necessidades de sobrevivência e as exigências do meio onde vivem. Os fatores que contribuem para o aparecimento de diversas culturas são, o espaço geográfico, isto é, o habitat, as criações que se vão desenvolvendo, o que acontece ao longo do tempo e o contacto que se vai estabelecendo com as outras culturas.
Os padrões culturais são, o conjunto de comportamentos, práticas, crenças e valores comuns aos membros de uma determinada cultura, por exemplo, vestimo-nos, alimentamo-nos e cumprimentamo-nos de maneira diferente, consideramos adequado ou desadequado exprimirmos certas emoções em determinados lugares ou situações. Assim, estes padrões, ao influenciarem as atividades, os modos de relação entre as pessoas e os significados que lhes estão associados, ajudam a determinar, para um dado grupo cultural, quais são as experiencias comuns e o que estas experiencias podem significar.
A socialização é o processo através do qual cada um de nós aprende e interioriza os padrões de comportamento, as normas, as práticas e os valores da comunidade em que se insere, desde o nascimento até à sua morte. Desta forma, permite não apenas a integração de cada pessoa no grupo, mas também a reprodução deste mesmo grupo e das suas formas de organização. Assim, a socialização refere-se, por um lado, às formas como cada pessoa interioriza e prende os elementos socioculturais que estão à sua volta e, por outro lado, acontece enquanto essa pessoa participa, age e se comporta, em diversas relações, práticas e instituições.
No filme “Água – Margens do Rio Sagrado” podemos ver como existe uma grande diversidade de culturas e como cada uma apresenta os seus costumes. Neste filme, é evidenciada a cultura indiana que apresenta costumes muito diferentes daqueles a que estamos habituados, desde o facto de existir um refúgio para viúvas e elas serem privadas de poderem ter uma vida dita normal até aos trajes que vestem.
As relações interpessoais são interacções que temos com os outros determinando aquilo que somos e como nos comportamos. Das relações interpessoais fazem parte processos fundamentais da cognição social. Podemos determinar que este se refere à maneira como encaramos os outros e até a nós próprios. Procura-se conhecer fatores que influenciam e afetam a forma como interagimos com os outros. Tais processos são as impressões, que consistem no processo de integração de uma pessoa numa categoria a partir dos dados que obtemos num primeiro contato ou das informações que nos são fornecidos por outros. Na base das impressões está a categorização, que consta no reagrupamento de pessoas, objectos ou situações, a partir do que são as suas semelhanças e diferenças.
Existem várias interacções que determinam as impressões que temos do indivíduo, tais como: indícios físicos, verbais, não-verbais e indícios comportamentais. Os indícios físicos remetem-se para caraterísticas como o facto de ser alto, baixo, magro, gordo, etc. Podemos com estas caraterísticas avaliar a pessoa, por exemplo, se for magra pode ser irritante, se for gorda pode ser divertida. Os indícios verbais, o modo como a pessoa fala surge como um indicador, por exemplo de instrução, utiliza-se um vocabulário preciso e uma adjectivação variada, pode ser considerada como dotada de um pensamento claro, culto e instruído. É possível também a partir da fala avaliar o sotaque. Os indícios não verbais, são outros indicadores que determinam as características do individuo, como a forma com que este se veste, a forma como gesticula quando fala ou o modo como se senta. Por fim, os indícios comportamentais, o conjunto de comportamentos observados no individuo que permite classificá-lo. O modo como os comportamentos são interpretados varia de pessoa para pessoa e remetem para as experiências passadas, para as necessidades daquele que as interpreta, daí que um comportamento possa ter significados diferentes.
O efeito das primeiras impressões é muito duradouro e persistente, sendo difícil alterar a percepção que construímos nos primeiros contactos. É a partir das primeiras impressões que formamos as nossas expectativas, isto é, os indicadores e informações do que dispomos levam-nos a prever as atitudes e os comportamentos dos outros. Um factor muito importante nas relações interpessoais são as atitudes, o nosso comportamento decorre, em grande parte, delas: predisposições para se responder positiva ou negativamente a um objecto social. As atitudes são, portanto, tendências relativamente estáveis para uma pessoa se comportar de determinado modo face a uma situação, objecto, grupo ou pessoa. O processo de modificação das atitudes é semelhante ao da sua formação. Os objectos exteriores contribuem para tal. Quando uma pessoa sustenta atitudes que se contradizem, ocorre o que se designa por dissonância cognitiva, que é geradora de sentidos de angústia, inquietação e desconforto. A dissonância cognitiva também pode ocorrer quando o nosso comportamento não está de acordo com a atitude relacionada, esta seria uma das razões que explicariam a mudança de atitudes. Neste tipo de relações destacam-se ainda as representações sociais. Estas têm origem em dois processos: objectivação e ancoragem. Das várias funções das representações sociais podem destacar-se o saber, a orientação, a identitária e a função de justificação.
A nossa sociedade ultimamente tem evoluído bastante em modos sociais e morais, apesar de a maioria dos seres humanos terem uma ideia geral do que é moral e não moral de se fazer há certas culturas que vão contra isso, como o facto de a mulher poder votar na sociedade em geral, mas nalguns sítios onde a cultura e os princípios de vida são diferentes esta já não pode votar. Para o Homem o fator canibalismo é algo maníaco e horrível, pois é algo impensável alimentar-nos de um da mesma raça, é algo impensável para toda a gente, pensamos nós, de entre esta enorme diversidade de culturas existiam algumas que detiam destes rituais canibais. No Brasil encontramos tribos que praticavam os rituais do canibalismo, como por exemplo, os Tupinambás que se situavam no litoral sudeste do Brasil. Estes viviam do que recolhiam, acreditavam em espíritos, nos heróis e nos pajés que transmitiam as suas histórias. Estes detinham de uma língua comum, o tupi. Contudo as suas tribos não eram unidas e acabavam sempre em atos violentos. O ritual destas tribos canibais era realizado da forma que o índio que comesse a carne do outro índio poderia adquirir inteligência, coragem, força e outras habilidades deste. Estes atos de canibalismo ainda existem hoje em dia. Como podemos ver em https://hypescience.com/indios-canibalismo-canibal-canibais/, em 2009 decorreu uma investigação num caso em que três índios situados nos amazonas foram suspeitos de matar e comer um homem deficiente de 21 anos. ‘“O corpo foi esquartejado e recebeu mais de 100 cortes, nós pensamos que eles comeram seus órgãos”, disse o sargendo da PM Osmildo Ferreira da Silva.’’. Como podemos ver não foi só no passado que quando a mente e a cultura das pessoas era mais fraca em que atos canibais existiram, hoje em dia acontecem dezenas de casos de canibalismo por todo o mundo.
Para explorar-mos melhor esta atrocidade que é o canibalismo recomedo a visualização de um documentário do canal História que fala sobre casos que existiram sobre o canibalismo, como por exemplo o de um general africano que injetou o seu próprio sangue na comida das pessoas para lhes causar medo de ele próprio.
Na minha opinião, o tema das relações interpessoais é de extrema importância, pois revela que apesar de todas as interacções sociais e culturais, apenas depende de nós, como seres humanos, optar pelo que achamos certo ou errado, daí a singularidade pessoal. Proponho então, o visionamento de um filme proveniente do youtube, de modo a melhorarmos o nosso relacionamento com as pessoas que se encontram na nossa vida e não só, que irá à priori melhorar o nosso caminho ao longo da vida: https://www.youtube.com/watch?v=vJDxdSBv_M8.
Liliana Bonito, Nº13,12ºA